Vereador é acusado de encomendar morte

Ontem, a polícia apresentou o pistoleiro que iria cometer o crime

Pela quarta vez, o empresário Francisco José Matos Neves, mais conhecido como “Chico Doido”, residente há dez anos no município de Tomé-Açu, foi jurado de morte. Dessa vez, a polícia, por meio de uma investigação, chegou até o mandante e o intermediário e, assim, evitou a negociação do assassinato.

Segundo o que a Polícia Civil divulgou na noite de ontem, na sede da Delegacia Geral, o vereador de Tomé-Açu José Aldomário Zani (PSDB), vulgo “Babo”, teria contratado Raimundo Araújo da Silva, de 52 anos (vulgo “Paragominas”, apesar de ser natural de Serra do Navio/AP), para contratar um pistoleiro, mas a polícia conseguiu prendê-lo por volta das 13h de ontem (26), em “Quatro Bocas”, localidade de Tomé-Açu.

“Ele pagaria a quantia de R$ 60 mil. Conseguimos prendê-lo no momento do encontro com o pistoleiro. Nas mãos deles tinham R$ 8 mil. Esta seria a primeira parte do acordo”, disse o delegado Alberto Teixeira.

O delegado Alberto Teixeira também disse que a Polícia Civil conseguiu evitar o crime porque já estava realizando uma operação de identificação e mapeamento de pessoas envolvidas em homicídio naquele município.

“Em decorrência do alto índice de homicídios que acontece na região, estamos investigando mais insistentemente. Chegamos aos mandantes por meio do nosso Sistema de Inteligência que está há seis meses no encalço de mandantes, intermediários e executores no município de Tome-Açú”, explicou.

“Temos 14 prisões preventivas solicitadas pela Justiça”, acrescentou. O intermediário Raimundo Silva disse que não receberia nada pela negociação e que teria se oferecido para matar “Chico Doido”, que seria o “terror da cidade de Tomé-Açú”.

“Não ia receber nada, fiz porque ele mata todo mundo. A cidade tem medo dele. Eu também tenho medo dele. Fiz isso para não morrer”, defendeu-se.

O delegado Alberto Teixeira solicitou à Justiça a prisão preventiva do vereador José Aldomário Zani, que no ano passado foi presidente da Câmara Municipal e, por vários meses, prefeito interino de Tomé-Açú. O intermediário Raimundo Silva será indiciado por crime de pistolagem. Como estava portando arma de fogo, também deve responder por porte ilegal de armas.

Fonte:Policia Civil do estado do Pará