Emater divulga piscicultura em Ulianopolis
Oitenta agricultores familiares participaram, no dia 18 de junho, do I Dia de Campo de Piscicultura em Ulianópolis, região Rio Capim. O evento, promovido pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), foi realizado na Colônia Arco-Íris, onde vivem dez famílias. Além dos moradores, estiveram presentes pessoas da Comunidade Areia Branca, localizada no assentamento Paragominas Faiscão.
O Dia de Campo mostrou o projeto-piloto do produtor Jilson Ferreira, que desde agosto do ano passado, cultiva 12 mil tambaquis em açude. A primeira despesca, de 10 mil quilos, vem acontecendo ao longo de maio e junho. Cada quilo está sendo vendido a R$ 5.
O produtor recebeu financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para custeio, no valor de R$ 29 mil, com contrato assinado durante o Mutirão Arco Verde no município, por meio do Banco da Amazônia (Basa). Os gastos principais foram com ração industrial, alevinos, calcário para a correção do solo e "tela atravessada".
"Precisamos esvaziar o açude para corrigir a acidez do solo com calcário, e esse processo corrige automaticamente também a acidez da água. Conseguimos controlar o nível da água com a ajuda de um ‘monge' (sistema de escoamento feito de concreto)", explica o técnico em aquicultura e pesca da Emater Emílio Paixão.
Ele anuncia que, a partir dessa primeira despesca, a estratégia agora é conversar com o produtor sobre a possibilidade de se instalarem tanques-redes, de modo a descentralizar a safra e escalonar a produção, tendo venda o ano inteiro, em vez de apenas em uma época do ano. Para a área, segundo ele, serão necessárias 20 gaiolas de montagem artesanal, com custo estimado em R$ 610 cada. "Retirando-se de dois a três mil quilos por vez, é possível o produtor negociar preços melhores de venda. Além disso, o manejo de menos alevinos é mais fácil", conta.
Em um município como Ulianópolis, em que a pecuária mista é a atividade principal da agricultura familiar, diversificar a produção a partir da piscicultura melhora a renda e contribui inclusive para o enriquecimento alimentar das famílias. "Mesmo que não gerassem renda, os peixes já serviriam para fazer parte da mesa dos agricultores, como alimento saudável e nutritivo", diz Emílio.
De acordo com o chefe do escritório local da Emater em Ulianópolis, o técnico em agropecuária Edney Silva, o principal desafio do incentivo à piscicultura é a adequação ambiental. "Para açudes de até três hectares, é preciso ter o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Para áreas maiores, é preciso licença ambiental. Sem essas autorizações oficiais, os agentes financeiros não liberam crédito. Estamos tentando uma parceria com a prefeitura para que se emitam licenciamentos municipais, que autorizem a piscicultura", afirma.
Dos 80 participantes do Dia de Campo, 12 manifestaram interesse imediato pela atividade. A Emater planeja para julho a primeira capacitação, um curso de criação de peixes, com o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura (Semagri). Um novo Dia de Campo de Piscicultura da Emater na região está previsto para novembro, em Paragominas, no Ramal Patagônia.
fonte:Agência Pará
Marcadores: ulianopolis
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